
Eu me fecho, todo mundo se fecha um dia. Me fecho não para balanço mas é justamente para não balançar, e perco oportunidades, não costumo dar chances a ninguém nesses momentos nem a novas propostas, também não gosto do novo. Sempre tive um medo enorme de mudanças, começar algo é sempre muito chato, sempre igual, bom seria se já começássemos do meio, com o
clichê já passado. Mas é preciso conhecer, começar, construir, mas antes é preciso que eu aprenda!
É nessas épocas em que estou fechada que me conheço mais, aí vejo como o céu de tarde é maravilhoso, mais perfeito que qualquer obra de arte, como certa companhia é agradável, como o cheiro e barulho da chuva me deixam mais calma...
Me fecho não para me tornar insensível mas para ouvir e sentir minha sensibilidade para ver que ou há algo de muito errado comigo, ou há algo de muito errado com o mundo, ou não existe nada normal, apenas momentos em que transparecemos normais, eu particularmente gosto mais das minhas loucuras.
É para deixar as folhas secas irem para que possa abrir, nascer novas, quem sabe florir, dar frutos.