
Havia um senhor naquele arraial que tinha em sua maravilhosa casa uma sala perfeita, comentados por todos que ali tiveram. Tinha belas poltronas e uma enorme mesa de jantar lustres no teto e uma decoração de muito bom gosto e vários outros detalhes que fazia da sala tão famosa.
No mesmo arraial havia um outro senhor de aparência bem desgastada, morava em uma simples casa de madeira bem no alto da colina, aquele delicioso chá a bela paisagem que se via da janela a lareira, tudo muito aconchegante. O velho da colina um dia me contou da conversa que tivera com o senhor da bela mansão.
Lembrei-me de quando visitei sua casa e ele contou.
Naquele dia ele olhou pra mim e disse com tom de critica. _disse ele recordando
_Por que morreste tanto durante a vida?! _Eu que tenho uma vida perfeita, nunca morri de amor por ninguém não me apego às pessoas, não tenho problemas complicados e nem preocupações. Acho mesmo que tenho uma vida de encantos.
_ Dei meu sorriso amarelo peguei os jornais velhos e me retirei da bela sala.
Serviu-me um pouco de Chá olhou o pôr-do-sol na janela e começou a falar.
_Morres apenas uma vez na vida. Que pena tenho dele.
Tenho sempre minha doce xícara de chá e como fica mais doce quando resolvo meus problemas, sabes uma vida sem problemas não é vida e aquelas preocupações, isso que ocupa seu tempo , oh e como tenho pena dos que possuem tardes inacabáveis, o tempo é mais inimigo quando não passa!
Como dói sofrer por amor, mas como é prazeroso amar, eu morrerei de amor quantas vezes for necessário já que este me faz viver de novo.
Ah aquela saudade! Sempre bom sinal de que alguém espera por você em algum lugar e te quer bem. E se for saudade do que já passou?!Que ótimo que um dia existiu
Tomou mais um pouco do chá olhou pra mim e continuou.
_Ele limita sua vida pra não morrer demais , e eu que morro tantas vezes no final quando olhar pra trás vou ver que vivi e que morrerei apenas uma vez, e ele passou sua vida todo naquela sala morto como uma estatua.
(...)
Olhava a grama saliente lutando com a neve. Deixei minha rosa, vesti meu casaco e deixei cair mais uma lagrima.
E de pensar que o senhor ainda esta lá esperando pela verdadeira morte e o velho se foi, feliz se foi.